Da peçonha dessa cobra, o professor brasileiro Sérgio Henrique Ferreira, da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (SP), descobriu uma substância útil para remediar a hipertensão. Mais tarde, a empresa americana Bristol-Meyer Squibb investiu recursos para continuação das pesquisas a partir dos estudos do Prof. Ferreira e atualmente é detentora da patente do princípio ativo captopril Estima-se que a comercialização do renda cerca de US$ 5 bilhões por ano à empresa farmacêutica.
Além do captopril vários outros medicamentos já foram produzidos a partir de toxinas de serpentes, como é o caso de alguns medicamentos anti-trombóticos (Defibrase e Reptilase). A ação desses medicamentos se baseia na ação das toxinas de serpentes do gênero Bothrops que são capazes de clivar o fibrinogênio do sangue e até mesmo "dissolver" coágulos já estabelecidos.
------------------------------------------------------------------------Veneno 22 vezes mais caro que o ouro!
Revista GLOBO RURAL ed. 201"Caro como ouro? Que ouro, que nada. O veneno das cobras brasileiras pode atingir no mercado internacional um valor 22 vezes mais alto que o do ouro. Um grama da peçonha de urutu, por exemplo, chega a custar 1.200 dólares. O da cascavel, cobra mais comum e rústica sai por 350 dólares. No topo da lista das mais cobiçadas estão substâncias contidas no veneno da surucucu, que atingem impensáveis 4 mil dólares.
O serpentário Pentapharm, em Uberlândia (MG) já chegou a ter 12 mil cobras. Funcionando há 20 anos, é controlado por uma empresa suíça que fica com todo o veneno produzido. Hoje, trabalhando com 5 mil cobras, todas da espécie jararacuçu, o Pentapharm ainda é o maior serpentário do Brasil." (obs. Temos o contato da Pentapharma)
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Butantan estuda analgésico 600 vezes mais forte que a morfina a partir de veneno de cobra
Publicado em: 11/12/2007 às 09h43
O Instituto Butantan, órgão da Secretaria de Estado da Saúde (SP), desenvolveu uma substância a partir do veneno de cobra cascavel com um poder analgésico 600 vezes maior que a morfina.
Obtida pelo Centro de Toxicologia Aplicada do órgão, a nova substância não causa dependência física, como a morfina, já que age em receptores diferentes, e será mais eficaz do que os analgésicos hoje existentes para dores crônicas, como o câncer.
A idéia, nascida com o fundador do instituto e pioneiro no estudo de serpentes no Brasil, Vital Brazil, somente agora pôde ser colocada em prática, quando se conseguiu isolar as moléculas do veneno responsáveis pela analgesia.
O próximo passo é a realização de testes clínicos, com apoio da Fapesp e do Consórcio Farmacêutico (Coinfar).
“A descoberta desta substância, extremamente potente e sem poder de dependência, pode modificar de maneira única a utilização de analgésicos em pacientes”, diz o diretor do Butantan, Otávio Mercadante.
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Veneno de cobra é base para remédio anticâncer
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Veneno de cobra é base para remédio anticâncer
Belo Horizonte, 20 de Fevereiro de 2004 - A Fundação Ezequiel Dias (Funed) e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) fazem pesquisas para a fabricação de um medicamento para combater o câncer. A droga estudada será feita a partir do veneno da cobra surucucu, muito comum na floresta amazônica. Segundo o presidente da Funed, Carlos Alberto Pereira Gomes, as pesquisas revelaram que uma pequena dose do veneno purificado conseguiu reduzir em 50% o tamanho do tumor. Os estudos, conforme ele, são
feitos em cobaias e, confirmado realmente a eficácia, os testes passarão a ser feitos em seres humanos.
"Mas, uma pesquisa deste porte demora cerca de 15 anos para ser concluída, dependemos do tempo da ciência". Gomes explica que foi detectado no veneno um poderoso antigoagulante que, por analogia, é também antitumorais. A substância encontrada, explica o pesquisador, inibi a formação de vasos sangüíneos, que irrigam o tumor e são responsáveis pelo crescimento das células cancerígenas. A partir da
descoberta, a equipe de pesquisadores se uniu à Universidade de Mogi das Cruzes (SP), pois, a entidade paulista já possui um esquema de modelo experimental para testar produtos que podem atuar sobre a ação tumoral.
Gomes afirma, ainda, que os pesquisadores estão desenvolvendo estudos para purificar ainda mais o veneno da surucucu. A partir daí, será possível verificar em quais tumores o remédio é mais eficiente. "A manipulação é complexa. São vários passos até obter uma fração purificada, eliminando componentes que não ajudam na ação desejada", explica. "Por isso, as pesquisas são demoradas. Mas, temos fortes indicativos de que conseguiremos produzir uma nova droga de combate ao câncer", acredita o
presidente da Funed.
Se as pesquisas forem satisfatórias, Gomes adianta que o próximo passo será a transferência de tecnologia para a iniciativa privada ou entidade que possua capacidade para a produção do medicamento. "Nosso sonho é que essa droga seja útil em todos os tipos de cânceres. Além disso, a confirmação dos estudos será muito importante para o Brasil, já que conseguiremos um remédio a partir de substâncias extraídas de nossa biodiversidade."
(Gazeta do Brasil14)(Ana Paula Machado)